QUALIDADES X DEFEITOS

Um desentendimento entre marido e mulher estava sendo motivo de uma grande confusão que necessário se fez a intervenção da força policial e que estava sendo cogitada uma separação de uma família. 
Um tempo para o casal se acalmar e ser possível, ao menos um esclarecimento sobre a razão de tal alvoroço que estava pondo fim a uma união de duas pessoas que um dia se encontraram e trocaram juras de amor eterno, se unindo nos laços de matrimônio. Durante esse tempo, não houve troca de olhares, não ocorreu um diálogo espontâneo e voluntário entre os conflitantes, estavam feridos, magoados, relutantes a uma composição amigável da briga que haviam se envolvido.
Entrevista preliminar para saber o motivo de tal desentendimento, ficou constatado que ocorrera questões de somenos importância, conforme se diz no jargão policial. O marido, que mantém uma venda anexa a sua residência, aproveitando-se um momento de pouco movimento no comércio, entra em sua casa para almoçar e senta-se a mesa. Observa que a comida não estava sobre a mesa e sim, encima do fogão aguardando sua chegada, pois era o melhor lugar para que permanecesse com a temperatura mais próxima da ideal de se comer.  Sua esposa demora em notar a presença do marido junto à mesa e esse se vê obrigado a levantar-se e dirigir-se até o fogão para servir-se da comida que havia sido preparada pela esposa. Não ter sido atendido prontamente pela esposa causou um descontentamento muito grande naquele homem que sequer teve a percepção que a comida havia sido feita com carinho pela mulher. O inconformismo se arrastou pela tarde até finalmente no inicio da noite desencadear-se num desentendimento que estava às raias da separação. Não aceitou explicações da esposa, estava decidido a separar-se, não queria mais a esposa em sua casa.
Objetivando a volta a sensatez do marido e, entendendo a raiz do conflito, não houve outra coisa a fazer senão pedir para o homem fazer uma relação das qualidades que via na esposa, sua parceira durante tantos anos. Aceitou a proposta e começou a relacionar aquilo que entendia ser uma qualidade, dentre as quais: Boa mãe, trabalhadora, fiel, atenciosa, educada, entre outras. Muitas outras qualidades foram observadas na esposa, porém nunca havia parado para refletir sobre tais qualidades.  Foi solicitado que relacionasse os defeitos em uma coluna ao lado das qualidades. Para o espanto do homem, não conseguiu relatar defeitos na esposa, senão aquele que fora motivo da confusão.
Com a reflexão, houve fim ao conflito e o retorno a sensatez. Voltaram para casa, não mais como rixosos, mas como um casal que tinha uma historia de vida em comum. Ao deixar a ira tomar conta do ser e fixar os olhos em um defeito ou em um problema, deixamos de ver as virtudes que são infinitamente superiores aos defeitos. Uma visão distorcida pode por em risco o que mais amamos. Uma palavra proferida em momento de forte emoção pode produzir danos irreparáveis na vida a dois.
Preserve sua família, não seja precipitado em falar.
Preze por trazer a memória apenas aquilo que te de esperança.

IMAGINAÇÃO, CRIATIVIDADE, CULINÁRIA, E CRISE.

Outro dia em uma roda de amigos ouvi um comentário de uma mulher: “Meu marido quer uma comida diferente todos os dias e não sei mais o que fazer para que ele não reclame”. Diante desse comentário, pensei comigo: “Já vi esse filme antes! Quantas vezes nossos filhos reclamam da comida, alegando que estão enjoados de determinados tipos de mistura?”  Achou engraçada a palavra “mistura”? Pois é, em meu tempo de criança o meu pai tratava de “mistura” o alimento que acompanhava o prato principal, ou seja, era o arroz com feijão e a mistura, que nada mais era do que a carne, uma salada de almeirão, couve refogada, quiabo refogado, abobrinha refogada, etc.
Recordando agora os tempos de criança e adolescência, percebo que as mulheres tinham uma imaginação e criatividade culinária excepcional, pois o dinheiro era muito pouco e elas se desdobravam para diferenciar o cardápio do dia-a-dia. Sobras de arroz, por exemplo, se tornavam em bolinhos de arroz,  sobras do feijão virava o tutu de feijão, outra variação no cardápio, chamada por meu pai de gororoba, nada mais era de que arroz e feijão esquentado na mesma panela com uma amostra grátis de lingüiça frita. Nas casas havia um quintal onde não podia faltar a horta familiar e essa era a grande fornecedora de matéria prima para a criatividade culinária. A abobrinha era servida refogada, frita na frigideira em fatias, às vezes com ovo batido, passada na farinha de rosca, refogada no alho, batidinha, com carne moída, com carne de panela, recheada com alguma outra coisa, etc. A berinjela, por exemplo, era servida também de maneiras diversas, como a abobrinha, porém ainda dava para transformá-la em uma pasta temperada com cebola e alho, após colocada na chama do fogo para cozimento. Muitas vezes, para dar uma cor na tal mistura, utilizava-se o colorau (tempero com cor meio avermelhada), sem contar nas diversas outras misturas criativas que enchiam nossos pratos, como o bolinho de espinafre, couve flor passada no ovo batido e frita, bolinho de carne com sobras de pão, enfim, um festival de improvisos e criatividade! 
Percebeu que havia pouca variação com carne, peixe, e frango? Afinal, em épocas de vacas magras, a carne era um item de luxo, valia mais do que ouro. Alguns brincam que em tempos de crise, a carne fica tão cara que deve ser guardada no cofre ao invés da geladeira! Hoje, muitas vezes ouvimos lamentos do tipo: “Não agüento mais comer frango”, “estou enjoado de comer carne”, lamentos esses que muitas vezes saem de nossa boca, e que podem ser considerados uma afronta a outras pessoas, e com razão, diante de um cenário miserável que vemos em muitos lugares no Brasil, e muitas vezes próximos a porta de nossa casa.
Os tempos difíceis trazem em si recursos criativos que eliminam a rotina e torna a vida mais colorida, isto é, faz despertar o potencial que existe dentro de nós para vencer os gigantes de cada dia. Se você está passando por tempos difíceis, escassez de recursos, ou qualquer outro tipo de dificuldade, saiba que você é capaz de fazer valer a criatividade que está dentro de você e que pode mudar sua maneira de viver. Em tempo de crise é que surgem as maiores invenções e descobertas, um excelente momento para pôr em prática nossa imaginação, e o ser criativo que está adormecido dentro de cada um de nós!
“Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento” (Albert Einstein)
Pense nisso! 

IRRITABILIDADE A FLOR DA PELE


      Bairro nobre de São Paulo, tarde ensolarada de sábado, dia propício para um programa de lazer, horas agradáveis, relaxar do estresse diário, curtir a família, filhos, netos...  Nada disso, estava irritado demais para pensar em um lazer relaxante, preferiu uma visita à delegacia para lançar fora o sentimento que estava como um vulcão, prestes a entrar em erupção.  Ansiedade, estresse latente, tom de voz soando agressividade; primeira abordagem, resistência em dizer o que procurava na unidade policial, não queria ser atendido por ninguém, somente pelo delegado. Ao aguardar, deixava a mostra uma irritação e uma indignação que aparentemente não lhe era próprio, mas que estava sendo causada por um fato exterior.   
Ao entrar na sala, esse homem bem afeiçoado, bem vestido, aparentando não enfrentar problemas financeiros, fato que faz com que grande parte das pessoas se mostre angustiada, colocou-se a falar ininterruptamente: “Sou vizinho da modelo... e desde a madrugada o alarme de segurança da casa dela está disparado,não estou agüentando mais o som que me perturba e não há quem possa desligá-lo....”. Continuou a falar por ininterruptos vinte a vinte e cinco minutos, expressando sua indignação com o fato e reclamando sobre a cidade que estava cercada por pessoas que se fecham em suas casas e sequer conhecem ou cumprimentam seus vizinhos. A todo o tempo, havia apenas um monólogo naquela sala, pois apenas o reclamante disparava palavras como uma metralhadora desgovernada, não havendo um alvo identificado para o destino daquelas palavras. Terminada a ladainha, instantes de silêncio, o monólogo continuava, agora não mais expressando palavras de indignação, mas de agradecimento: “Obrigado por ter me ouvido esse tempo todo e não dito palavra alguma de reprovação pelo meu destempero e agressividade. Na verdade não vim oficializar qualquer reclamação e não estou à procura de qualquer tipo de providências quanto a minha vizinha, pois estava precisando apenas desabafar e encontrei alguém que suportou ouvir meu lamento. Tenho em minha casa alguns cachorros que também incomodam as pessoas com seus latidos e até agora ninguém reclamou deles. Não acho justo reclamar de uma vizinha que nunca me deu qualquer tipo de problemas, pois quase não a vejo entrar e sair de casa, mesmo porque é a primeira vez que ocorre tal fato”.
Fim do monólogo, após agradecer, o homem sai da sala e retorna para sua casa agora mais aliviado e disposto a suportar problemas triviais de vizinhança que todos nós estamos sujeitos a nos deparar. Um momento de indignação que o levou a uma explosão liberando seus sentimentos até então reprimidos, mas que pela ausência dos moradores da casa geradora da insatisfação gerou apenas um desabafo em outro lugar. Talvez os vizinhos causadores da indignação nunca tivessem tomado conhecimento do ocorrido, mas uma coisa é certa nesse episódio do nosso cotidiano: o bom censo precisa ser o balizador dos conflitos que sempre nos rodeiam e por vezes nos atingem, mas é necessário o retorno à sensatez para que haja o equilíbrio nas relações interpessoais e continuemos a viver em sociedade. 

EMOCIONAL ETÍLICO

Noite de sábado, tudo parecia contribuir para que a paz e a tranqüilidade reinassem soberanas.
Contrariando a perspectiva inicial, surge um jovem que abusara da bebida alcoólica no interior de uma padaria. Já não bastasse ter bebido a tarde toda em sua casa, desloca-se ate a padaria do bairro, um local público, para encerrar a noite com mais uns goles e um tira-gosto que realmente foi para gerar desgosto.
Sentindo-se sozinho ao comer e beber, resolve compartilhar seu tira-gosto com um cachorrinho, que se apresentou despretensioso, amável, feliz, amigo, enfim, uma companhia que em hipótese alguma apresentaria juízo reprobatório para seu estado já alterado pela concentração alcoólica no sangue.
A atitude compartilhadora não da bebida e sim da comida, gerou reprovação e repreensão por parte do responsável pelo estabelecimento, pois não era permitido o relacionamento humano/canino naquele local. Diante disso, despertou-se o homem agressivo que estava adormecido e que o álcool se responsabilizou em potencializar, fazendo-se necessária a presença da força policial para contê-lo, já que álcool e bom censo nunca andam juntos.
A irritabilidade aguçada pelo teor alcoólico gerou a sensação de perseguição e falta de compreensão. Sentia-se vítima da situação, uma vez que não havia feito mal a ninguém, apenas se rebelado por uma reprovação que acreditava descabida. 
Extravasou! Quebrou a garrafa de cerveja que o acompanhava, bem como seu copo até então amigo. Acreditava que gratuitamente estava sendo hostilizado, no entanto, não era a primeira vez, pois em outras oportunidades também não havia sido compreendido ao ingerir bebida alcoólica.
Em pleno século XXI, o alcoolismo continua sendo um sério problema para sociedade. Familiares se decepcionam com o estado agressivo e as palavras indecorosas proferidas por seu ente querido, quando irreconhecível pelo estado etílico.
O abuso no consumo da bebida alcoólica subjuga o ser humano e o coloca em situação vexatória e humilhante, quando não em perigo.  O álcool é responsável por uma série de malefícios à saúde coletiva e social, e seu consumo exagerado é de alto risco para desdobramentos em violência, acidentes,  abuso e dependência de outras drogas.

QUAIS SÃO OS SEUS VALORES?

Nessas primeiras linhas, gostaria de falar um pouco sobre a importância dos valores familiares para vida do homem, compartilhando algumas experiências adquiridas em minha infância e juventude No período de minha infância tive o primeiro contato com o trabalho e as responsabilidades. Desde cedo, fui um colaborador em minha família, juntamente com meus irmãos, e aprendi desde os primeiros anos valores como honestidade, responsabilidade, e que o trabalho deve sempre ser algo saudável e prazeroso, e não um peso obrigacional.
Recordo-me de quando no inicio da adolescência me engajei no trabalho secular, em contrato empregatício verbal.. Nesse contato, como as raízes estavam solidificadas na responsabilidade e honestidade, princípios herdados de meus pais, entendia que era meu dever cumprir com as obrigações advindas da relação contratual, muito embora fosse apenas verbal, oferecendo meu melhor, mesmo que não estivesse debaixo de vigilância de meu empregador (patrão),chefe imediato ou qualquer outro funcionário, encontrando tempo, inclusive, para ajudar colegas e aprender tarefas que achava mais agradável de se realizar
Desta forma, estava em constante processo de aprendizagem e, apesar de não buscar alcançar qualquer vantagem ou premio, obtinha sempre o reconhecimento pelo “algo mais” que realizava, vezes em forma financeira pelas mãos do empregador, ou por meio de elogios de colegas de trabalho, que me retribuíam em determinados momentos com novas oportunidades.
Lembro-me de algumas expressões familiares que ficaram impressas em minha mente, que são nada mais do que valiosos princípios adquiridos durante a fase de crescimento e formação, e que foram essenciais para mim enquanto funcionário, em meu primeiro contato com o mercado de trabalho, tais como:. “Diga-me com quem tu andas e eu direi quem tu és”
  • “O homem justo nunca mendigara o pão”
  • “Faça para o seu próximo, aquilo que você gostaria de receber”
  • “Nunca use uma balança enganosa”
  • “Mais vale um bom nome na praça do que muito dinheiro no bolso”
Olhando hoje o mundo em que vivemos, tenho a impressão de que as relações interpessoais são movidas por interesse, muitas vezes egoístas e imorais, onde os velhos valores éticos e morais, adquiridos na família, são esquecidos e rejeitados como um objeto sem uso. Vejo pessoas agindo de modo a obter vantagem em tudo (famosa lei de Gerson), ignorando as consequências e perigos inerentes a essas ações. Porém, não podemos nos esquecer que toda ação tem sua reação, que toda semente lançada, germina e cresce, de acordo com a qualidade da mesma. Assim, se focarmos sempre em fazer o bem, o fruto sempre será bom, se agirmos sempre com amor com nosso próximo, independente da situação na qual estamos envolvidos, a recompensa nem sempre será financeira, mas certamente será positiva e agradável, afinal, como diria Patch Adams, “O AMOR É CONTAGIOSO”. Podemos mudar o mundo que nos cerca, contagiar as pessoas com quem nos relacionamos, contribuindo para uma sociedade melhor! Tenho a convicção de que isso é possível, e o mundo precisa disso, porém, para isso é necessário dar um primeiro passo nessa direção. Você aceita esse desafio?
Pense nisso!